segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Capítulo 3: Professio Macabre ex Chaos

       Finalmente, após meses de caçada, pegamos o maníaco.  Embora seja muito dificíl, ajuda muito quando a população se move para ajudar a encontrar um assassino desses: a taxa de crimes até diminuiu, parece que os bandidos têm medo de alguém pior que eles... não é para menos, ninguém quer virar o próximo quadro da galeria macabra que o “pintor“ deixou por aí.
Não me lembro ao certo o que houve ou como chegamos aqui, quero dizer, lembro-me, mas não agora, não neste momento. Agora tudo o que interessa é que esse demente está correndo e nós estamos em seu encalço. É tudo que importa: eu, Bullock, Emmerich e nossas armas loucas para colocarem balas fumegantes dentro do cérebro negro desta besta.

    Ele entra numa casa abandonada, perfeito. Paramos ao lado da porta, ninguém diz nada, posso ouvir as narinas de Bullock captar cada partícula de ar em volta de nós. Emmerich chuta a porta enetramos, com armas preparadas: nada. A casa é maior por dentro do que aparentava, nos deparamos num hall enorme, oval, com piso de mármore branco, e uma rosa dos ventos pintada no chão. À esquerda da porta havia uma escada para o próximo andar. Tudo mais estava escuro como uma floresta. De repente, uma risada veio de algum lugar, maléfica, assustadora, entrava por nossos ouvidos e rastejava como vermes em nossos cérebros, vomitando em nossas mentes. Bullock , Emmerich e eu ficamos de costas um para o outro, armas engatilhadas, o suor frio como gelo desce meu pescoço. Então, a rosa do ventos sobre a qual estamos brilha vermelha, uma luz pálida, cadavérica, que não ilumina nada, a não ser o medo e a loucura na alma dos homens. Bullock diz que suas pernas estão estranhas, ele parece agachar mais e mais, então ele olha pra baixo: ele está sendo engolido pelo chão! Instintivamente seguro uma mão dele, Emmerich faz o mesmo com a outra, puxamos o mais forte que podemos, mas não adianta, ele é engolido como se o mármore fosse um rio. Meu grito mal termina de ecoar e vejo que Emmerich também está sendo engolido... e some.
Como isso é possível?  Como ele fez isso? Onde está esse demente? O que é essa luz? Onde estão Emmerich e Bullock? Quem é você seu maníaco? Então percebo a luz dimininuindo sua intensidade, tornando-se uma faixa escarlate no chão, movendo-se como uma cobra, formando uma imagem oval, e dentro uma esfera... um olho? Levo minha mão ao pingente que carrego no pescoço quase que insitintivamente, ele está quente. Do olho desenhado de luz, começam a formar duas “pernas”, como se formassem uma letra R. O Olho de Hórus? Será que os deuses ouviram minhas súplicas e estão me dando uma luz neste local terrível com este maníaco? Será que o sumiço de Emerich e Bullock fora obra divina para salvá-los? Estou começando a sentir uma pontinha de esperança nisso tudo. Então pego a ansta que carrego no peito e ela está realmente quente, muito quente, quase queimando minha pele, e o que olho me aterroriza: ela está negra! Neste exato momento uma risada abominável é dada, o desenho de luz no chão contor-se, vejo o R tomar a forma de outra letra: o N. O olho antes trazendo serenidade e sabedoria, agora traz terror e loucura, e mil tentáculos saem deles em todas as direções: não, não é mais o Olho de Hórus, é o Olho de Nephren-Ka!

    Deste símbolo de insanidade e horror no chão, surge uma figura, rindo blasfêmicamente, sua forma é como a de uma sombra viva, com tentáculos formando-se em seus pés e subindo até a cabeça. Grito mas não escuto nada, e dois de seus tentáculos, um de cada lado, mostram-me as figuras de Bullock e Emmerich: limpos, abertos, como porcos pendurados em um gancho de açougue. Lágrimas escorrem de meus olhos e eu ajoelho, impotente, com o pingente corrompido queimando minha pele, vejo a figura abominável erguer uma mão em minha direção e um de seus tentáculos voarem em direção a mim. E assim, com um tentáculo monstruoso de um assassino voando em direção à minha cabeça, eu...

...ACORDO!

     Gotas de suor gélido escorrem insanamente de meu rosto até meu peito, minha operação está ofegante. Meu pingente de ansata ainda está frio e dourado, levanto da cama segurando-o. Vou até a sacada, não antes de pegar o porta-retrato em cima da minha mesa de cabeceira. Olho para a lua crescente e a Canis Major brilhando no céu, o vento noturno mexe em meu cabelo suavemente, como ela fazia... olho para a foto em minha mão e permito-me sentir, lágrimas de dor emocional caemcomo cascatas de meus olhos. Sara... como eu preciso de você agora nesta loucura toda