quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Primeiro Quadro

Capitulo 2:O Primeiro Quadro

Entro no carro, bato a porta com fúria, reinclino minha cabeça no banco, solto um suspiro e dou um trago. Será que isso não vai acabar nunca? Lembro-me como se fosse ontem...

Tudo começou há dois meses, no que parecia ser um dia comum de trabalho. Estava tudo como sempre: as amplas janelas da delegacia viradas para o oeste com o sol a bater por entre os vidros espelhados, a cacofônia telefônica tocando suas notas descompasadas sem parar, estagiários levando pilhas de papel e dezenas de pen-drives pra lá e pra cá, vermes sujos de drogas no saguão, o aroma de café por toda a parte. Emerich e Bullock analisavam o catálogo de armas, o inspetor Garland conversando com o delegado sobre a pescaria do fim de semana. Eu olhava para baixo, pela janela, vendo o trânsito da cidade, infectando a paisagem com sua massa negra de carbono.

Até que Martha recebe um chamado de um crime relativamente feio. Quando se diz isso, nós geralmente achamos que é algum veterano de guerra que pirou e matou a família, isso é mais comum do que se pensa. Disse que o caso era meu e fui com Emerich e o Dr. Garry, junto com o resto da criminalistica. O foresncis é bem rápido ao pegar suas coisas: Máquinas fotográficas, sacos plásticos, fitas de contenção, líquidos coloridos, o básico. Deviam ter levado sacos de vômito.

Eram aproximadamente quatro horas da tarde quando chegamos. O pessoal do Garry começou o serviço de sempre. Era uma casa pequena, bem comum, havia uma janela redonda bem acima da porta entre-aberta. A vizinhança estava relativamente calma. Enquanto o pessoal entrava, fui com Emmerich pegar a ficha da vítima com os guardas locais. Foi aí que percebi que havia coisa errada: eles estavam brancos, seus olhos pareciam nunca piscar, o medo cravado em suas íris. Mas antes de indagar qualquer coisa sobre a vítima, um grito é ouvido de dentro da casa. Emmerich e eu já sacamos nossas armas (o aço frio de meu bom e velho Magnum .357) e entramos pela porta.

Não havia ninguém além da criminalistica, o grito era de Maureen, o braço direito do Dr. Garry, ela estava em choque, a pele branca como a neve, seus olhos pareciam terem acabarado de contemnplar o próprio coração do inferno. Lágrimas de pavor corriam-lhe o rosto, sua boca estava manchada de vômito. “Em 28 anos de criminalistica, ela já vi de tudo, inclusive uma mãe que matou as filhas com uma motoserra e depois decepou a própria cabeça! Mas nada... nada... se compara a... a... isso!”-- disse ela. E tinha razão.

A porta para a sala de estar estava fechada. Com um certo receio, abri e imediatamente vomitei, não estava preparado mesmo para o que encontrei: sangue em todas as paredes, mas não espalhado como num matadouro... parecia... pintado! Em cima da estante de TV, havia um torso humano, sem braços, sem pernas, sem cabeça, amarrado por arame farpado. Havia dezenas de cortes no torso, todos eles feitos com precisão cirurgica, pequenos porém fundos, não foram feitos com uma faca, quem fez isso, usou um bisturi ou algo do tipo e sabia exatamente o que estava fazendo. Mas não foi isso que assustou os peritos.

Bem na nossa frente, havia uma espécie de escultura, feita com os pedaços da vítima: as duas pernas estavam ajoelhadas, os braços em estendidos, com os o cotovelos dobrados, como se estivesse oferencendo algo. Os braços estavam colados com as pernas, fundidos pelos ombros ao lado de cada coxa, ao que tudo indicava por um maçarico. O cheiro de carne humana queimada era forte, e um dos cheiros mais nauseantes existentes. Mas o que botou Maureen e eu a vomitar não foi isso, não, faltavam pedaços dos braços e pernas, nem foi necessário a necropsia para saber, era claramente visível: os pedaços foram arrancados a dentadas! Nas mãos mordiscadas, havia a cabeça do indivíduo, seus olhos estavam perfurados. Dava pra reconhecer da ficha: John Harper, solteiro, 32 anos, ia se casar em duas semanas. Sem inimigos, ou dívidas, feliz com a vida que tinha. Não havia ninguém que quisesse sua cabeça por algum motivo.

Então, um dos peritos reparou que, no chão, próximo a escultura, um tapete manchado de sangue, mas tinha alguma coisa a mais... parecia uma escrita, mas não fazia sentido, e apenas uma palavra... “Uma assinatura!”, disse Emmerich. Sim, de fato, parecia isso. Não estávamos mais num caso de assassinato, estávamos pulando de cabeça numa caçada a algum doente que se acha um artista. Dois meses se passam, e mais mortes ocorrem.

Ligo o carro e dou uma olhada para a casa da família, a névoa encobrindo os últimos carros de policía e ambulâncias que vão saindo... os próximos serão oito. Isso tem que parar, isso é doentio demais até para nós! Essa máquina de arte insana há de parar, e eu serei o bastão que fará suas engrenagens travarem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Pincel Macabro

Capitulo 1: O Pincel Macabro.

Era uma noite fria e desolada.... estava lá eu, em mais um dia de folga cortado. O vento me cortava o rosto, as sirenes reluziam no rosto de Bullock. Os criminalistas entravam e saiam como formigas loucas para levar comida para sua gorda rainha. A multidão de curiosos se aproximava por detrás das faixas de contenção.

Finalmente um laudo: Sete mortos. Levaram meia hora pra achar todos os pedaços... Bullock e eu entramos. Bullock vomita. O cheiro de sangue nas paredes é forte. Em cima de um abujur, uma cabeça. A face desfigurada, toda enrugada e ensaguentada com centenas de furos na face. A tampa da cabeça aberta. O cérebro estava... bem, não tenho como descrever. Parecia uma espécie de escultura sinistra.

Entramos na sala de estar. A luz dos abujures deixava tudo mais solene, seria uma casa bem confortável, um sofá de couro branco bem aconchegante... se não fosse pelos estômagos jogados nele. No chão, símbolos desenhados com sangue. Acendo um cigarro. A fumaça cancegírena ajuda a apagar o cheiro de corpos. É então que vejo a estante de TV. Sete torsos humanos, desmembrados, abertos, com órgãos caindo, amarrados com arame farpado. Qualquer um ficaria surpreso. Não eu, não minha equipe. Já é o sétimo desses. A única diferença é a contagem dde corpos... e a abominável escultura cerebral no abajur.

Vamos até um dos quartos. E dessa vez o maldito se superou. Braços e pernas espalhados, com pedaços arrancados a dentadas. Mas com uma novidade: estavam com merda. O maldito cagou num canto e usou a própria merda pra fazer a sua “arte”. Outras seis cabeças estavam sobre a cômoda. Três delas fundidas por um maçarico formando uma arte bizarra. Outras duas, com a face desfigurada, cheias de facadas, assim como aquela do abajur, já sem olhos. A última, a de uma garota, jovem, linda, loira, não devia ter mais de 23 anos. Estava intacta, mas com um porém: havia sêmem sob seu pescoço cortado. Deus, o cheiro era horroroso.

Jogo minha bituca de cigarro e imediatamente acendo outra. É melhor morrer de câncer do que morrer desse jeito. Já faz dois meses que estamos caçando esse demnte. E juro pela minha vida que o detetive Lars Grodonnar não vai descançar até ter a garganta do desgraçado estar cortada.